quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Garrafa de Vinho

Nos Alpes italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para a produção de vinho. Uma vez por ano, ocorria neste lugar uma festa para comemorar o sucesso da colheita.
A tradição exigia que, nesta festa, cada morador do vilarejo trouxesse uma garrafa de seu melhor vinho. Este, por sua vez, seria colocado em um grande barril para distribuição gratuita para todos.
Entretanto, um dos moradores teve o seguinte pensamento:
“Com tanto vinho bom, por que deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei uma garrafa cheia de água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta.”
Assim pensou e assim fez.
No auge dos acontecimentos, como era de costume, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca para pegar uma porção daquele vinho delicioso, cuja fama se estendia além das fronteiras do país.
Contudo, ao abrir a torneira do barril, um silêncio tomou conta da multidão, pois de lá tudo o que saiu foi água.
“Mas como isso aconteceu?” Todos pensaram.
A grande verdade é que todos tiveram o mesmo pensamento do morador, todos acreditaram que o seu pouco não faria diferença e não faria falta.


Como diria minha avó: É de grão em grão que a galinha enche o papo e o meu pouco pode ser o muito para alguém e pode sim fazer a diferença.

sábado, 25 de junho de 2011

Histórias da Vovó 1

Minha avó, católica, é uma senhora não alfabetizada com um jeitinho todo especial de passar seus conhecimentos para as gerações futuras: contanto histórias.
A primeira que me vem à cabeça é a história que explica o porquê de Deus ter expulsado Lúcifer do Céu.
A história é mais ou menos assim:
"Certo dia, Deus, com sua infinita bondade, decidiu visitar o mundo e observar como estavam as coisas na Terra.
Assim, pediu ao Arcanjo Gabriel, seu fiel seguidor, que o acompanhasse e que Lúcifer, o Querubim mais bonito e cheio de luz, tomasse de conta do Céu.
Deus deu a Lúcifer um raminho de arruda e um copinho de água e disse-lhe que se precisasse de ajuda bastava tocar o raminho na água e chacoalhar ao vento que de cada pingo de água surgiria um anjo para ajudá-lo.
Logo após a saída de Deus, Lúcifer resolveu testar a eficiência do raminho e criou alguns anjos. Observando a sua eficiência, Lúcifer pensou: Com este raminho e este copo de água posso criar um exército de anjos, destruir Deus e assumir o seu lugar com tudo o que lhe pertence. E seu coração cheio de inveja se alegrou com a possibilidade de derrotar a Deus.
Quando Deus retornou, Lúcifer estava no centro de centenas de anjos que o adoravam e disse:
— Observe, Senhor! Em pouco tempo e com um pouquinho de água fiz um exército dessa grandeza, que adora a mim e não a você. Agora, imagine se eu tivesse todo o seu poder! Sou mais inteligente e mais perfeito que Tu, sou mais merecedor de tudo que Tu!
— Maldito seja Tu e todos os teus anjos! Como castigo pela tua ingratidão e ganância te expulsarei do Céu juntamente com teus anjos seguidores para o mais profundo buraco da Terra.
Assim, Deus abriu o Céu e expulsou Lúficer e seus anjos para as profundezas da Terra. Mas, na queda, alguns anjos conseguiram escapar do buraco e são os demônios que perseguem a humanidade até hoje."