quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cinco Minutos

Há muitos anos atrás, um homem cansado depois de um dia de trabalho, sentou-se em uma poltrona e naquela fase entre a consciência e o sonho, se deparou com uma sala enorme, com uma porta igualmente grande a fechá-la e um guardião parado junto a porta.
— Ninguém pode entrar aqui. — O guardião foi logo dizendo. — Aqui estão guardados todos os “Livros da Vida”. E aquele que conseguir passar por esta porta poderá ter acesso ao seu livro e modificá-lo ao seu gosto.
A curiosidade do homem subiu aos limites, afinal ele poderia escolher seu próprio destino. Então ele insistiu e insistiu.
Até que em um certo momento, o guardião resolveu ceder um pouco e disse:
—Está bem. Dou-te cinco minutos e nem mais um segundo.
O homem mal pode acreditar. Cinco minutos era tempo suficiente para que ele pudesse decidir o resto de sua vida, afinal, poderia apagar e acrescentar o que bem quisesse no seu Livro da Vida.
Assim, ele entrou e a primeira coisa que viu foi o Livro da Vida do seu pior inimigo. Ele não aguentou de curiosidade. O que será que estava escrito no livro da vida dele? O que será que o destino reservava para aquela pessoa que ele não suportava? Ele foi até lá, abriu o livro, começou a ler e não se conformou.
Verificou que na vida de seu inimigo estava reservado muitas coisas boas e ele não teve dúvidas: apagou todas as coisas boas e reescreveu o seu destino com uma porção de coisas ruins.
Mais a frente, viu outro livro. Aquele se tratava de outra pessoa que ele odiava e, novamente, ele fez a mesma coisa.
De repente, ele se depara com seu próprio livro. Nossa! Era inacreditável. Aquele era o momento em que iria mudar seu destino: apagar todas as coisas ruins e reescrever só as coisas boas. Seria a pessoa mais feliz do mundo!
Ele esticou as mãos e pegou o livro, estava prestes a abri-lo quando alguém bate em seu ombro e diz:
— Seu tempo acabou. Pode sair.
Ele ficou atônito.
— Mas eu não tive tempo nem mesmo de abri-lo.
— Pois é – disse o guardião. – Eu te dei cinco minutos preciosos, onde você poderia ter modificado o seu livro da forma que desejasse, mas você só se preocupou com a vida dos outros e não teve tempo de ver a sua.
Envergonhado, o homem abaixou a cabeça, cobriu a face com suas mãos e saiu da sala.

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